Perigo X Risco: Você sabe a diferença? Conheça as definições e medidas de prevenção segundo a NR12
- Eduardo Zagonel
- há 1 dia
- 7 min de leitura

Perigo x Risco na NR12: Você sabe a diferença?
Definições, Identificação e Medidas de Prevenção segundo a Norma
A segurança em máquinas e equipamentos começa pela compreensão correta de dois conceitos fundamentais: perigo e risco. Entender a diferença entre eles é o primeiro passo para aplicar medidas eficazes de prevenção e atender às exigências da NR12.

Imagem 01 – Equipe Engetex Análise de Risco
O Que é a NR12? Entenda a Base da Norma
A NR12, chamada de “Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos”, estabelece os requisitos mínimos para garantir que máquinas e equipamentos sejam seguros para os trabalhadores durante todas as fases do ciclo de vida da máquina: instalação, operação, manutenção, limpeza e desativação.
Ela é uma das normas regulamentadoras mais robustas e detalhadas do Brasil. Essa robustez se manifesta em seus requisitos detalhados para todas as fases do ciclo de vida da máquina, abordando desde o projeto intrinsecamente seguro até a organização do trabalho e o uso de EPIs, sendo diretamente relacionada à prevenção de acidentes com máquinas, uma das principais causas de acidentes graves e fatais no setor industrial.
A ABNT NBR ISO 12100, que serve de base para a NR12, deixa muito clara a diferença entre perigo e risco. As definições encontradas diretamente no texto da norma são:
3.6 Perigo: fonte potencial de dano. Exemplos: partes móveis de uma máquina, superfícies quentes, circuitos energizados, emissão de gases, ruído excessivo. Pode ser constante (sempre presente durante a operação) ou esporádico (surge de forma inesperada, como falhas mecânicas, explosões ou acionamentos imprevistos). NOTA 1:O termo “perigo” pode ser qualificado por meio de termos que especificam melhor a sua origem, como, por exemplo, perigo mecânico ou elétrico, ou termos que apontam a natureza do perigo potencial, como perigo de choque elétrico, perigo de esmagamento, perigo de corte por cisalhamento, perigo de intoxicação etc.
NOTA 2: Nesta definição, estão sendo considerados perigos de ordem: constante, durante o uso regular da máquina (por exemplo, movimentos perigosos de partes móveis, arcos elétricos em operações de solda, postura inadequada, emissão de ruídos, altas temperaturas), ou esporádica, podendo surgir de forma inesperada (por exemplo, explosões, perigos de esmagamento em consequência de um comando inesperado ou não intencional, ejeções devido a quebras e quedas em função de acelerações/desacelerações).
Isso significa que perigo é tudo aquilo que tem o potencial de causar um acidente, lesão ou dano, como uma parte móvel de uma máquina, uma superfície quente, eletricidade, emissão de gases ou ruído.
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3.12 Risco: combinação da probabilidade de ocorrência de um dano e da severidade deste.
Exemplos: Uma prensa hidráulica é um perigo; o risco está em permitir acesso do operador à zona de prensagem sem proteção, aumentando a probabilidade de esmagamento. |

Imagem 02 – Ilustração representativa Risco X Perigo
Ou seja, risco é a análise qualitativa que combina: Probabilidade de o perigo se materializar e Severidade (gravidade) do dano que pode ocorrer.
O perigo sempre existe, mas o risco pode ser aumentado, reduzido ou até eliminado, dependendo das medidas de controle adotadas.
A compreensão clara da diferença entre perigo e risco é o alicerce para a apreciação de riscos, que é o processo sistemático e documentado de identificar os perigos e estimar a probabilidade e a severidade dos danos que podem ocorrer.
Este processo é a espinha dorsal da NR-12, pois direciona todas as medidas de segurança e é fundamental para garantir a conformidade e a proteção dos trabalhadores.
Como identificar riscos e perigos no local de trabalho?
Primeiro vamos identificar quais os tipos de perigos e riscos mais comuns nas empresas:
Tabela 01 - Tipos de perigos e riscos
CATEGORIA | PERIGO | RISCO |
Mecânico | Partes móveis, pontos de esmagamento, cisalhamento, corte, arraste, enrolamento, impacto | Esmagamento, amputação, cortes, perfurações, fraturas, impactos |
Elétrico | Exposição a circuitos energizados, cabos desencapados, descargas, falta de aterramento | Choque elétrico, queimaduras, parada cardíaca, incêndios |
Térmico | Superfícies quentes ou frias, líquidos aquecidos, vapores, ar quente ou frio | Queimaduras, congelamento, bolhas, lesões térmicas |
Químico | Vapores, névoas, poeiras, gases tóxicos, produtos corrosivos ou inflamáveis | Intoxicação, queimaduras químicas, asfixia, explosões |
Físico | Máquinas ruidosas, motores, martelos pneumáticos. Plataformas vibratórias, ferramentas vibratórias, motores. | Perda auditiva, estresse, fadiga, dificuldade de comunicação |
Ergonômico | Má postura, levantamento de peso, esforço repetitivo, espaço reduzido | Lesões por esforço repetitivo (LER/DORT), dores, hérnias, estresse |
Explosão / Incêndio | Atmosferas explosivas, gases inflamáveis, faíscas, sobreaquecimento | Queimaduras, amputações, morte, danos materiais |
Risco Hidráulico / Pneumático | Mangueiras de alta pressão, vazamento de fluido, falha de válvulas | Perfurações, cortes, injeção de fluido no corpo, quedas, esmagamento |
Falha Funcional / Sistema | Falha de sensores, intertravamentos, comando defeituoso | Acionamento inesperado, acidentes graves, falta de parada de emergência |
Organizacional (Administrativo) | Falta de treinamento, ausência de procedimentos, negligência | Acidentes por erro humano, procedimentos inseguros, aumento da frequência de riscos |
Pictogramas de Perigo segundo a ABNT NBR 14725 (GHS)
Além da observação prática e análise documental, a identificação de riscos também pode ser feita por meio de pictogramas de perigo, padronizados pela ABNT NBR 14725, que regulamenta o Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS) no Brasil.
Esses símbolos auxiliam na comunicação clara e imediata dos perigos associados a substâncias químicas, facilitando o reconhecimento dos riscos e a adoção de medidas preventivas.
Tabela 02 - Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (ABNT NBR 14725)

(Fonte ABNT NBR 14725)
Esses pictogramas devem constar em rótulos, embalagens e fichas de segurança (FISPQ), sendo fundamentais para a gestão de produtos químicos na indústria.
Como Identificar Perigos e Riscos na Prática
Há alguns passos que podemos seguir para que a identificação seja possível:
1. Levantamento do processo e ambiente
Faça um levantamento de todas as atividades realizadas.
Entenda o funcionamento das máquinas, equipamentos, insumos e fluxos de trabalho.
Observe todas as fases: operação, manutenção, limpeza, ajustes, setup e parada.
2. Observação Direta no Local
Visite o local e observe atentamente:
Partes móveis expostas;
Condições elétricas (fios, painéis, comandos);
Presença de ruído, calor, poeiras, gases ou vibração;
Espaços apertados, pisos escorregadios, áreas mal iluminadas, entre outros requisitos.
Veja como os trabalhadores interagem com máquinas e processos.
3. Entrevista com Trabalhadores e Operadores
Converse com quem executa a atividade:
Pergunte sobre dificuldades, falhas, situações perigosas ou quase acidentes registrados;
Eles sabem onde estão os pontos focais, riscos escondidos e práticas inseguras.
4. Análise de Documentos e Dados
Verifique:
Acidentes ocorridos (CATs, relatórios de acidentes e de incidentes);
Histórico de quase acidentes;
Checklists anteriores, ordens de manutenção, laudos, APRs, PGR.

Fluxograma 01 - Fluxograma prático NR12
Medidas de Prevenção e Controle: A Hierarquia Obrigatória
A gestão de riscos deve respeitar a hierarquia de controles, conforme padrões internacionais (ISO 45001, ISO 12100):
Tabela 03 - Hierarquia de controles ISO 45001, ISO 12100
Nível | Medida | Descrição | Exemplo |
1️ | Eliminação | Remover completamente o perigo do ambiente. | Substituir uma máquina antiga e insegura por uma moderna e segura. |
2️ | Substituição | Trocar o perigo por algo menos perigoso. | Usar materiais menos inflamáveis ou máquinas menos ruidosas. |
3️ | Medidas de Engenharia | Isolar o trabalhador do perigo físico por meio de projetos ou dispositivos. | Proteções fixas, enclausuramento, sensores, intertravamento, barreiras físicas. |
4️ | Controles Administrativos | Modificar comportamento ou processos operacionais. | Procedimentos operacionais, sinalização, treinamentos, rodízio de função, pausas ergonômicas. |
5️ | Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) | Última linha de defesa, quando os controles anteriores não eliminam completamente o risco. | Luvas, protetores auriculares, óculos de segurança, capacetes, calçados, máscaras. |
Existem algumas medidas de prevenção específicas que são aplicadas à NR12 e Máquinas, devendo respeitar a seguinte ordem:
A. Medidas de Engenharia (Físicas e Coletivas)
Instalação de proteções físicas fixas ou móveis, enclausurando partes móveis e perigosas.
Sistemas de intertravamento, que impedem acesso às zonas perigosas enquanto a máquina está operando, com uso de sensores, cortinas de luz, barreiras fotoelétricas;
Sistema de parada de emergência monitorado e com botões de rearme devidamente instalados
Sistemas de exaustão, ventilação e controle de emissões;
Aterramento elétrico adequado.
B. Medidas administrativas ou de organização do trabalho
a. Medidas de controle de energias
i. Sistemas de bloqueio e etiquetagem (Lockout/Tagout) para controle das fontes de energia perigosas.
b. Prevenção de Incêndios e Explosões
i. Instalação de detectores de gases e fumaças;
ii. Sistema de combate a incêndio da edificação adequados e rotas de fuga sinalizadas;
iii. Controle e sinalização de restrição de atividades que contenham fontes de ignição.
c. Controles Administrativos
i. Treinamentos periódicos (NR12, NR10, NR35, etc.);
ii. Procedimentos operacionais padronizados (POPs);
iii. Permissão de trabalho para atividades críticas;
iv. Manutenção preventiva e corretiva;
v. Sinalização de segurança eficiente;
d. Gestão de mudanças no processo.
C. Uso Correto de EPIs (Última Barreira)
Óculos, luvas, protetores auriculares, máscaras, cintos, botas, capacetes, dependendo do risco identificado, devidamente certificados para uso;
Treinamento sobre uso, higienização, guarda e substituição dos EPIs.

IMPORTANTE
LEMBRAR!
A prioridade sempre é proteger o coletivo e eliminar o risco na fonte. Treinamentos, Procedimentos e EPIs são importantes, mas são sempre a última linha de defesa.
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